Não me mantem preso em casa!
A mim o que mais me custa
sou eu, prisão de mim próprio...
Às vezes chego a sentir ódio
de mim, ou até pena.
Já sonhei que o ópio
será o fim, a salvação da minha vida terrena.
...
O calor a mim não me afronta.
Não me faz perder a respiração!
O que me sufoca e confronta
sou eu, que não me largo por um momento...
Quem me dera por vezes ficar isento
de mim mesmo por uns instantes!...
A vida seria minha, e o vento
saberia a fresco, como o sorriso de dois amantes.
O clima para mim é tudo,
senão não teria distracção.
Francisco Pires
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